Caridade (lat caritate: Amor de Deus e
do próximo. Benevolência, bom coração, compaixão. Beneficência, esmola.) é
um termo derivante do latim caritas (afeto, amor), que
tem origem no vocábulo grego chàris (graça). A caridade pode ser entendida como um sentimento
ou uma ação altruísta de ajuda a alguém sem busca de qualquer recompensa.
A Doutrina Espírita entende a caridade como um
dever moral de todo homem e que não se resume apenas ao auxílio material. No Livro dos Espíritos, item 886, Allan
Kardec pergunta aos espíritos superiores:
"886.
Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
Benevolência
para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das
ofensas." 4
A caridade, portanto, reflete o princípio cristão fundamental de amor
mútuo entre todos, independentemente da situação em que se encontrem, tendo
aplicação no âmbito moral e material.
No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo,
que faz um estudo dos ensinos de Jesus, a comunicação do espírito identificado como Paulo, o
apóstolo, dá um bom panorama de como a caridade deve ser encarada:
"Meus
filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os
destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse
estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado
acharão graças diante do Senhor.
... Não só
ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem,
porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa.
A LEI DO AMOR
Novamente Lázaro, o “ressuscitado” por Jesus,
irmão de Marta e Maria, traz-nos uma mensagem sublime sobre a Lei Maior, a Lei
Do Amor.
“O amor resume toda a Doutrina de Jesus, porque é
o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à
altura do progresso realizado. No seu ponto de partida, o homem só tem
instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e
purificado, tem sentimentos”.
Nessas frases, Lázaro resume de uma forma simples
e sábia, toda a lei de evolução espiritual do homem.
O homem primitivo, Espírito encarnado, também
primitivo, vindo dos chamados reinos inferiores, iniciando o desenvolvimento
da razão e da sensibilidade, traz em si, todos os instintos básicos,
necessários ao seu processo evolutivo.
À medida que vai evoluindo, através dos milênios,
esses instintos vão se manifestando, juntamente com a inteligência, com a
vontade e com a liberdade.
O homem passa a viver na busca das sensações que
lhe trazem prazer, desprezando as que lhe são desagradáveis, ainda presos às
percepções físicas.
E só bem mais tarde, começa a desenvolver uma
sensibilidade espiritual, que lhe permite desenvolver sentimentos em relação
ao próximo, não mais só em busca do prazer, dos seus interesses, mas também
desejando oferecer algo bom e prazeroso ao outro.
Assim, os instintos, no decorrer de um longo
processo evolutivo, atingirão um ponto em que estarão, nos Espíritos puros,
totalmente sublimados, porque o Amor pleno, “o requinte do sentimento” se
constituirá no Guia racional e sensível de todas as suas capacidades
intelectuais e morais.
O homem caminha da animalidade para a angelitude,
no “autoburilamento, libertando-se das paixões e adquirindo experiências
superiores, sublimando as expressões do instinto no tempo em que desenvolve a
inteligência e penetra nas potencialidades transcendentes da intuição.” *
Esse amor, que é a marca dos Espíritos puros, o
qual estamos desenvolvendo em nós, ainda numa fase muito incipiente, quando
estiver mais presente em maior número de pessoas da humanidade terrena,
transformará a Terra em um mundo melhor, sem misérias, sem exclusão social,
econômica, educacional e moral.
O autor escreve sobre a felicidade do que ama,
verdadeiramente, “porque não conhece as angústias da alma, nem as do
corpo”, visto que não pensa em si, mas nos que ama. “Seus pés são leves, e
ele vive como transportado fora de si mesmo.”
“Quando Jesus pronunciou essa palavra divina –
amor – fez estremecer os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram
ao circo”.
Todos nós, habitantes da Terra, encarnados e
desencarnados, estamos distantes do alvo a ser atingido, que é conquistar em
si, o amor, o “requinte do sentimento”, mas estamos indo, em direção a essa
conquista.
Escreve o autor que os homens que agem dominados
pelos instintos, estão mais próximos do ponto de partida do que do de
chegada.
Para prosseguir em direção ao alvo determinado
por Deus, mas, de responsabilidade de cada um, segundo seu livre-arbítrio,
necessário é vencer os instintos em favor dos sentimentos, ou seja,
"aperfeiçoar estes, sufocando os germes latentes da matéria.”
Não é tarefa fácil, mas necessária,
intransferível a outros, imprescindível à paz, à felicidade e ao progresso do
ser.
“Os instintos são a germinação e os embriões dos
sentimentos. Trazem consigo o progresso, assim como a bolota oculta o
carvalho. Os seres menos adiantados são os que, libertando-se, lentamente, de
sua crisálida, permanecem subjugados pelos instintos”.
Desenvolver os sentimentos nobres deve ser o
objetivo de todo espiritualista, que confia na lei da evolução intelectual e
moral, compreendendo que esse alvo depende do esforço atual, no
aproveitamento maior que se possa fazer nesta existência.
Assim, o momento melhor para iniciar ou continuar
nosso desenvolvimento moral, que é o crescimento do sentimento do amor em
nós, é agora, é o momento presente, sempre.
AUTO AMOR
|
Jesus Cristo, indagado por um doutor da lei
judaica sobre o maior mandamento, assim respondeu:“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o
teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito. Este é o maior e
primeiro mandamento. E eis o segundo, que é semelhante a aquele: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas estão contidos nestes dois
mandamentos”. Qual deles é o mais importante?
Evidentemente que eles se interagem entre si, mas como se pode amar a Deus e ao
próximo sem primeiro se amar?
Apenas um caminho: desenvolver
crescentemente a nossa luz interior para que ela ocupe o espaço de sombra
existente. A etapa inicial para a expansão da luz em nós é a aceitação. Aceitar
os nossos sentimentos, desejos, ações, impulsos e pensamentos. Aceitar é entrar
em contato sem reprimir. É criar uma conexão sem julgamento, uma vez que
aceitação não significa condenação ou adesão passiva, mas entender, investigar
e redirecionar esse patrimônio sem rigidez e desamor.
AMOR A FAMILIA
Ainda hoje encontramos dificuldades
para compreender
as palavras de Jesus. Buscamos
respostas distantes, quando na
realidade a misericórdia Divina nos permite
o exercício do amor e da caridade, no
próprio convívio familiar, junto daqueles que
nos cercam.
A Doutrina dos Espíritos consegue
nos explicar as verdadeiras necessidades de
aprendizado que fazem parte da nossa bagagem
espiritual, e que, pela reencarnação,
nos é permitido esse exercício através do
relacionamento familiar.
Quantas reencarnações teriam sido melhor
aproveitadas por nós, pelo simples cumprimento
do planejamento que acreditávamos
poder realizar enquanto encarnados.
Se ainda habitamos um mundo de Provas e
Expiações, é porque grandes são as nossas
dificuldades de trabalharmos as nossas relações
com os nossos desafetos; pendências
muitas vezes seculares, que somente próximos
e no meio familiar, poderemos avançar
no nosso
aprendizado.
Somente
o exercício do amor e da caridade,
em
substituição ao ódio, ao orgulho, poderá
fazer de nós, criaturas
melhores.
AMOR AO PRÓXIMO
Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a
entendia Jesus?
— Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
Comentário de Kardec: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito. Tal é o sentido das palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como irmãos”.
A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores.
— Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
Comentário de Kardec: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito. Tal é o sentido das palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como irmãos”.
A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores.
“Amai-vos sempre uns aos outros, como irmãos; prestai-vos mútuo
auxílio, e que o amor do próximo não vos seja uma palavra vazia de sentido.” [1]
Podemos compreender a necessidade de amar o próximo como a nós
mesmos como fazer aos outros aquilo que queríamos que os outros nos fizessem,
conforme nos orienta Jesus. O amor em ação pelo Bem do próximo, em suas
diversas facetas como o respeito, a tolerância, a cordialidade etc., consiste
na caridade. Diversas passagens da Codificação Espírita detalham este
mandamento, como, por exemplo, o capítulo XI da obra “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, intitulado “Amar o Próximo como a Si Mesmo”.
No item 4 do capítulo supracitado, encontramos as seguintes orientações de Allan Kardec a respeito do tema:
No item 4 do capítulo supracitado, encontramos as seguintes orientações de Allan Kardec a respeito do tema:
“‘Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que
quereríamos que os outros fizessem por nós’, é a expressão mais completa da
caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não
podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do
que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito
exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais
benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A
prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para
regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a
verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não
mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e
benevolência mútua.”
DICAS DE LEITURAS :
PRÓXIMA AULA DIA 27/07/2015 COM SINDIA SOBRE PASSES ...